31/01/2007

da Mariana...

Não faço parte de nenhum movimento partidário ou oficial nesta campanha, pelo SIM ou pelo NÃO, no referendo sobre a DESPENALIZAÇÃO da Interrupção Voluntária da Gravidez.
Depois de ver e ouvir muitas opiniões sobre este assunto, e depois de muito resmungar contra o ecrã de televisão, resolvi desabafar e partilhar a minha opinião sobre este referendo e peço-vos apenas 5 minutos de atenção para que ponderem um pouquinho, antes do dia 11 de Fevereiro, sobre o que vos apresento aqui.

Ninguém nos está a perguntar, no referendo, se somos a favor ou contra o aborto!

Ninguém nos está a perguntar, no referendo, se algum dia vamos ou não fazer (ou apoiar) um aborto!

Este referendo pergunta, apenas se achamos que as mulheres portuguesas devem continuar a ser criminalmente acusadas (e até presas) e PENALIZADAS por fazerem um aborto.

Este referendo pergunta, se concordamos com a alteração de uma lei, que não é mais do que um sol tapado com uma peneira.

Em Portugal fazem-se abortos! (e muitos)

E vão continuar a fazer-se mesmo que a lei não seja alterada.



A questão é:

Hoje uma mulher decide fazer um aborto e (actualmente) faz no mesmo dia.

Com a despenalização uma mulher decide fazer um aborto e antes de o praticar, vai ser acompanhada e informada sobre outras opções e provavelmente algumas até desistem.

E mesmo que mantenha a mesma decisão, será melhor informada para que a situação não se repita.

Para mim não é claro, que com a despenalização, o nº de abortos vá aumentar, pelo contrário penso que vão diminuir.

Para nenhuma mulher é fácil decidir pelo aborto, e se, se sentir apoiada provavelmente muda de opinião.

E se o NÃO defende a vida, porque não defende a vida destas mulheres?

(já ouvi o nº de 5000 mulheres que morrem, por ano, vitimas de abortos mal feitos).

Para mim os criminosos não são as mulheres que se sentem num beco sem saída, com uma gravidez indesejada e decidem fazer um aborto.

Mas sim os verdadeiros criminosos, são aqueles que ganham fortunas a praticar abortos mal feitos e sem condições, pondo em risco a vida destas mulheres e deixando (em alguns casos) outras crianças órfãs.

Criminosos, somos todos nós que ao taparmos o sol com a peneira, permitimos que isto aconteça todos os dias.


Não está em causa no referendo a questão moral do aborto, como dizia noutro dia um juiz, também é moralmente condenável o incesto e não é crime.

Para si pode ser moralmente condenável o aborto, e nunca o praticar…mas a questão é se as mulheres devem ser presas e condenadas por fazê-lo, até porque estamos apenas a condenar mulheres de classes sócio/culturais baixas, porque as outras vão a Espanha.


Está em causa APENAS o enquadramento criminal desta questão.

Não PENALIZAR quem faz um aborto!

NINGUEM VAI OBRIGAR NINGUEM A FAZER UM ABORTO!


Pelo contrário, os abortos não se vão fazer por dinheiro e portanto os profissionais de saúde vão tentar dissuadir estas mulheres, em alguns casos.

Na minha opinião, este assunto não seria uma temática para referendo, não é um tema social mas sim criminal.

Não é uma questão de comunidade, mas sim uma questão pessoal e uma decisão de cada um!

Como alguém muito conhecido disse:”Não atires a primeira pedra!”

Eu provavelmente nunca farei um aborto, mas quem sou eu para condenar, para julgar ou compreender as histórias de mulheres desesperadas.

E agora tocando um bocadinho na demagogia das campanhas pelo NÃO, com a falta de argumentos credíveis, vem com imagem obscenas e estudos manipulados para que se consigam fazer ouvir. Ainda ontem alguém pelo NÃO dizia que nos países que o aborto é despenalizado o nº de abortos aumentou, mas que não sabiam qual era o nº de abortos praticados antes da despenalização. Por favor….


Pelo SIM à vida,

pelo SIM aos direitos humanos,

pelo SIM à saúde pública,

pelo SIM aos direitos individuais da mulher…….

Deverá ser o SIM, à despenalização voluntária da gravidez até as 10 semanas, a resposta a este referendo.

30/01/2007

( Natália Correia - 3 de Abril de 1982 )

«O acto sexual é para ter filhos» - disse na Assembleia da República,
no dia 3 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado num
debate sobre a legalização do aborto.

A resposta de Natália Correia, em poema - publicado depois pelo Diário de
Lisboa em 5 de Abril desse ano - fez rir todas as bancadas parlamentares,
sem excepção, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por
isso:


Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca. Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

21/01/2007

eu voto sim - link

Caminhada pelo SIM. Domingo, dia 21 de Janeiro, haverá em Matosinhos com início no topo Norte da Marginal de Matosinhos.
Durante o percurso que irá seguir em direcção à praia do Molhe serão lançadas ao mar rosas brancas em homenagem a todas as mulheres vítimas de aborto clandestino em Portugal. Este é um momento simbólico, que se enceta numa cidade que foi bastião do Sim a Norte no referendo de 98. Esta iniciativa vai contar com a presença de todos os Movimentos.
É importantissíma a presença de todas as pessoas.

18/01/2007

ELAS SOMOS NÓS

Livro de Andreia Peniche

O direito ao aborto como reivindicação democrática e cidadã
Porto: 24 de Janeiro, 21.30 horas, na sede da Cooperativa de Habitação Águas Férreas/Bairro da Bouça, Rua das Águas Férreas, n.º 18.
Apresentação de Gabriela Moita e Catarina Matias.
Lisboa: 26 de Janeiro, 18 horas, Livraria Bulhosa, Campo Grande, 10B.
Apresentação de Fernanda Henriques e Duarte Vilar.

17/01/2007

The Girls on Film are ringing in 2007 with a call for submissions for their next event in Manchester on 4/4/07!

This means you!

For more information and a submission form, go to the website: girls on film The submission deadline is 1:00 PM on Saturday, 3 March 2007. If you have previously submitted work, please note that due to the large number of submissions we receive, we can now only consider that submission for a total of two consecutive events before needing to resubmit.

11/01/2007



A Associação de Amigos da Praça do Anjo e Ricardo Gomes em colaboração com Carla Cruz e Ângelo Ferreira de Sousa têm o prazer de vos informar que a acção "PRAÇA DE LISBOA - antiga Praça do Anjo" terá uma segunda, e derradeira, edição!

Terça-feira, dia 16 de Janeiro, às 15h.

O ponto de encontro será a entrada do ex-"Clérigos Shopping" (Porto) mais próxima da Praça dos Leões.

>>> para saber mais >>>

call for women's videos

I am calling for submissons of videos (single channel) by women. I am going to be curatiing another program of works by Portuguese folks but this time by women only. The screening will take place at Groupe Intervention Video (http://www.givideo.org/i) n Montreal, Canada. Hopefully it be screened in September/October of this year. At this point its in the embryonic state. This might be in conjunction with a gallery aswell but its all in the works.
So if you are interested in showing me your work please email me and I will give you my home address so that you can mail a copy of your work, synopsis.
Those of you who are not aware of the work I do; I am Luso-Canadian currently living in Lisboa, daugther of political refugees who fled portugal in the 60's. My father was an anarchist doing anti-fascist work here and in Canada. I am a practicing artist and independent curator. I have just finished curating a program of videos by Portuguese artists entitled Moving Still, which was screened in several places in canada during the month of september and october 2006. Angela Ferreira was the artist that joined me there. If you want more information about that by all means just ask.
Anyways hope to hear from you women and trangendered folks!
thanks
Miriam Sampaio

10/01/2007

‘If I Can’t Dance, I Don’t Want To Be Part Of Your Revolution’

Edition 2: ‘Feminist Legacies and Potentials in Contemporary Art Practice’

January 13 & January 14, 2007, 13:00-19:00
Entrance free, reservation recommended: press@deappel.nl

Detailed programme information and description performances:
it I can't dance


planningtorock, "Inside Me Outside You", foto: Jane Stockdale

As an agile and experimental curatorial platform focussing on performative practices in visual art, ‘If I Can’t Dance, I Don’t Want To Be Part Of Your Revolution’ departs from a spirit of open questioning and enquiry with artists in relation to the research fields in focus within its respective editions. In the current edition (2006-2007) it looks specifically at the legacies and potentials of feminism in relation to art today. Departing from the quote of the anarchist Emma Goldman (*1869, Lithuania), the project explores its critical and celebratory implications.

During the previous months an exhibition was staged at de Appel and two symposiums were organised in De Balie and in Stedelijk Museum/Club 11. The venue in Amsterdam is finalized with a two-day performance programme. The programme includes contributions by Will Holder, Judith Hopf, Maria Pask & Esther de Vlam, Sarah Pierce, planningtorockand Haegue Yang. Additional projects by Students of the Graphic Design Department of the Gerrit Rietveld Academy, Trisha Donnelly and Stefanie Seibold are continuously ons show during the weekend. The studio of Pascale Gatzen in the attick of de Appel is open to the public.


‘If I Can’t Dance...’

‘If I Can’t Dance I Don’t Want To Be Part of Your Revolution’ is a long term project by Frederique Bergholtz and Annie Fletcher. The partners in the second edition of ‘If I Can’t Dance...’ in 2006-2007 dealing with ‘Feminist Legacies and Potentials in Contemporary Art Practice’ are Huis & Festival a/d Werf in Utrecht, de Appel in Amsterdam and MuHKA in Antwerp. The project is financially supported by Amsterdams Fonds voor de Kunst, The British Council, The Netherlands Foundation for Visual Arts, Design and Architecture, The Mondriaan Foundation and Stichting Cultuurfonds van de Bank Nederlandse Gemeenten. de Appel is structurally supported by the Municipality of Amsterdam and the Ministry of OC&W.

Adress
de Appel, Nieuwe Spiegelstraat 10, Amsterdam
Opening hours during this weekend: 13:00-19:00

General information: www.deappel.nl, 31 (0)20-6255651

A CRIAÇÃO DO MUNDO








TRANSFIGURAÇÕES EFÉMERAS

13 Jan - 30 Dez 2007 - PARQUE DE SERRALVES

A CRIAÇÃO DO MUNDO

Carla Cruz

O ciclo Transfigurações Efémeras sublinha o reconhecimento da diversidade de experiências do espaço de paisagem de Serralves, considerando necessárias activações que anulem uma percepção de lugar estática. Anualmente um jovem artista é convidado a intervir sobre o mesmo lugar: o pátio da Quinta.A Criação do Mundo, projecto de Carla Cruz, parte da citação do Génesis “… e Fez o Homem à Sua imagem e semelhança” para questionar a noção de cidadania e a participação, activa ou passiva, de cada um de nós na construção da sociedade.
Comissários: Victor Beiramar Diniz e João Fernandes



03/01/2007